Dermatite: constante ameaça para setor de limpeza
Artigo revisado pelo Comitê
Existe uma relação estreita entre determinadas atividades profissionais e o aparecimento de quadros de doenças respiratórias e de pele. No setor de limpeza profissional, a exposição incorreta a produtos químicos pode desencadear quadros de alergia, irritação, dermatites, entre outros.
Existe uma relação estreita entre determinadas atividades profissionais e o aparecimento de quadros de doenças respiratórias e de pele. De acordo com estudo do Serviço de Dermatologia Ocupacional da Escola Nacional de Saúde Pública, os setores da construção, limpeza e metarlugia são os mais atingidos. A ocorrência é ainda maior entre as mulheres, maioritariamente empregadas nas atividades de limpeza profissional.
Todos aqueles que trabalham com limpeza acabam estando expostos a produtos químicos que podem desencadear quadros de alergia, irritação, dermatites, entre outros. Segundo o estudo, dentre 1.735 pacientes atendidos entre os anos de 2000 e 2011, foram confirmados 218 casos de dermatites de contato ocupacionais (adquiridas no trabalho), o que significa quase 13% do universo total.
Mais de 80% dos casos confirmados atingiu trabalhadores com idades compreendidas entre 31 e 60 anos. Indepentemente da idade, as inflamações da pele aparecem principalmente nas mãos, antebraços, braços e punhos. Também são comuns as dermatites nas pernas, coxas e pés. Na maior parte dos casos, são provocadas por substâncias como:
- solventes: gasolina, querosene, acetona, tolueno, entre outros;
- ácidos: clorídrico, sulfúrico e nítrico
- cal e cimento
- óleos minerais e vegetais
- tintas e resinas, ácidos
- metais: níquel, cromo, cobalto, etc.
O trabalhador exposto inadequadamente a esse tipo de substância pode sofrer ressecamentos, irritação e até, em casos mais graves, uma cronificação irreversível da doença, já que a pele fica incapaz de se regenerar.
Para que os trabalhadores estejam protegidos durante as ações de limpeza é indispensável seguir as normas de segurança, utilizando todos os equipamentos de proteção, tais como luvas, máscaras e roupas especiais. Vale ainda evitar o contato com substâncias desconhecidas e, principalmente, adquirir o hábito de lavar, secar e aplicar creme para as mãos.
Os especialistas são coincidentes em dizer que a responsabilidade de combater casos de doenças ocupacionais é do empregador. Outras medidas de controle que devem ser adotadas pela empresa são:
- informar a todos os funcionários sobre os riscos do trabalho a ser executado
- garantir treinamento sobre cuidados com cada produto e padronizar os procedimentos
- prever acompanhamento médico regular para o trabalhador
- garantir higienização de vestimentas e ferramentas